Jato, Turboélice ou Pistão? Saiba como escolher sua aeronave

Jato, Turboélice ou Pistão? Saiba como escolher sua aeronave

Hoje, o mercado da aviação executiva no Brasil oferece uma enorme gama de opções destinadas a atender os mais diversos objetivos e necessidades do consumidor. Mas o que define a melhor opção para cada comprador? Preço de aquisição, valor de operação, economia, desempenho, número de assentos, segurança e flexibilidade para pouso são alguns dos fatores que precisam ser levados em consideração no momento de se adquirir uma aeronave.

Antes de iniciar pela busca de uma aeronave é preciso ter clareza sobre o perfil de uso e o tipo de operação a qual ela estará destinada, esses são critérios fundamentais para uma boa escolha.

Em termos quantitativos, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Aviação Geral – ABAG, os aviões com motorização à pistão ainda ocupam a maior parcela da frota executiva nacional, com mais de dez mil aeronaves em operação.

Os motores turboélices aparecem em segundo lugar, com cerca de dois mil modelos, enquanto os aviões à jato estão em menor número, figurando em torno de mil aviões de pequeno porte em atividade no Brasil. Essa diferença quantitativa pode ser explicada, em parte, pela trajetória mercadológica da aviação executiva no país, que nos anos de 1970 e 1980 favoreceu a entrada e a comercialização de aviões à pistão. No entanto, hoje essa discrepância também se deve ao alto custo das aeronaves à jato, tanto no que diz respeito à aquisição, quanto à manutenção.

Como principais características os motores a pistão apresentam a flexibilidade para rodar em diversas velocidades e potência satisfatória para propulsões em diversos tipos de veículos. Em geral, a escolha por um avião propulsionado por motor a pistão tende a refletir um menor custo de aquisição, afinal eles foram fabricados e comercializados em massa. Entretanto, é importante salientar que adquirir uma aeronave sem devida inspeção pré-compra pode ser um péssimo negócio!

Os motores a pistão são destinados para diversos usos, desde a agricultura a voos de rotas interestaduais. Em sua composição está o pistão que se desloca dentro de um cilindro ligado a um eixo de manivelas ou virabrequim, por uma haste chamada biela. Na parte superior do cilindro, chamada de cabeça ou cabeçote, existe uma vela de ignição e duas válvulas que controlam as aberturas para a entrada e saída dos gases do motor. O mecanismo que abre e fecha as válvulas chama-se sistema de comando de válvulas. Todo esse conjunto é colocado em uma carcaça chamada Carter, onde estão fixados os cilindros, o eixo manivela e os acessórios do motor. O mercado possui excelentes opções nesta categoria. Embora sejam muito comuns no Brasil, eles são menos eficientes que os turboélices e o jatos, porém suficientes para operações com distâncias menores, em pistas curtas e irregulares.

Já os turboélices têm sido cada vez mais procurados por empresas, profissionais liberais e demais consumidores pelo custo-benefício. Assim como os aviões movidos a pistão, conseguem operar em pistas curtas, de terra e irregulares, mas em contrapartida voam mais alto e com melhor desempenho.

São uma ótima opção para voar abaixo de 725km/h com alta performance. Em relação à velocidade de resposta o intervalo entre o comando do piloto e a resposta do avião é mais curto em motores turboélices quando comparados aos jatos.

Em relação a operações em pistas de terra os turboélices também saem na frente uma vez que apresentam menos problemas com a admissão de ar contaminado por poeira e pedras soltas na pista. Decolam em pistas curtas com maior facilidade que os jatos e possuem maior redes de oficinas homologadas no Brasil, o que reduz diretamente o custo de manutenção.

Há poucos anos os aviões à jato de pequeno porte eram vistos como “beberrões”. Essa fama não cabe aos modelos atuais, em função da tecnologia disponível que reduziu significativamente o consumo para este tipo de aeronave. Seus principais atrativos são desempenho, conforto e segurança.

Os jatos conseguem atingir altitudes e velocidades de cruzeiro superiores, em resumo, voam mais alto e mais rápido! Nesse sentido, também se tornam a opção mais segura, por voarem acima de possíveis tempestades.

Contudo para optar por um jato o comprador precisa ter em mente qual será seu principal percurso, pois para trechos mais curtos a melhor alternativa talvez seja um turboélice ou um motor à pistão.

 

Curiosidades – Saiba como cada motor funciona

Pistão

Esse tipo de motor aproveita a energia da expansão dos gases gerados pela queima da mistura ar-combustível no seu interior para impulsionar um pistão que se move em rotação, por meio de uma biela acoplada a um eixo de manivelas. A combustão geradora de energia é resultado da mistura de gases ou partículas divididas com o ar em uma porcentagem bem determinada, propagando-se a certa velocidade.

Turboélice

Os motores turboélices são bastante parecidos com os motores à jato, a grande diferença está na presença de uma hélice acoplada ao seu eixo, responsável pela maior parte da tração gerada pelo grupo moto propulsor. Possui um eixo contínuo que liga os compressores às turbinas.

Este eixo é separado pela câmara de combustão, na qual o ar comprimido é queimado e, por reação, expelido em alta velocidade. Este ar quente aciona as turbinas, que por sua vez promovem a admissão e compressão de ar cada vez maior. O ciclo termina com a descarga de ar no ambiente. O Governador de Hélice é um acessório acoplado ao motor, capaz de controlar o ângulo da hélice.

Jato – Funcionamento do motor a reação

Muito utilizados em aeronaves de grande porte, os motores turbofan são extremamente complexos. Seu funcionamento pode ser comparado com um motor convencional, afinal em ambos existem fases operacionais bastante semelhantes. A diferença fundamental está no modo e local onde as fases acontecem.

Enquanto no motor convencional as fases ocorrem de forma intermitente no interior do cilindro, nos motores a reação elas sucedem de maneira contínua, sem sofrerem interrupções, em cada parte componente do motor.

No motor convencional as fases ocorrem na: entrada de ar, compressor, câmara de combustão, turbina e escapamento. O motor a reação também requer um motor de arranque, conhecido como Starter, para iniciar a rotação do eixo compressor e turbina.

O arranque é paralisado assim  que a rotação do composto compressor-turbina atingir uma RPM que mantenha o funcionamento do motor. O giro do compressor permite a admissão do ar, comprimindo-o.

Após o compressor o ar pressionado é levado à câmara de combustão onde a mistura é realizada e queimada, gerando energia em forma de calor. A energia calorífica, expande os gases, passando pela energia cinética e entregando para a turbina onde ocorre a transformação em energia mecânica. A rotação do conjunto aumenta a velocidade e os gases são expelidos pela atmosfera por meio do escapamento.

Aeronave ideal

Você já identificou qual seria a aeronave ideal para a sua operação? Além das características específicas de cada tipo de motor, outros aspectos também precisam ser avaliados.

As distâncias a serem percorridas, a frequência de uso do avião, o tipo de pista disponível nos destinos, o número de passageiros que voaram com maior periodicidade, o consumo de combustível, o custo de manutenção e o tipo de operação, se noturna, diurna, além do valor a ser investido.

Para fazer a escolha certa, conte com a consultoria da Chamone Aviação Executiva!